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Mônica Martelli celebra êxito profissional

Mônica Martelli celebra êxito profissional

Filme “Minha Vida em Marte”  supera a marca de 5 milhões de expectadores.

Por Michele Marreira

Sempre antenada nos assuntos cotidianos, Mônica Martelli opina, discute e até discorda, quando necessário. Tamanha simplicidade impressiona. Cada vez mais a atriz vem colhendo os frutos da sua labuta diária, gradativamente. Seu atual filme “Minha Vida em Marte” que protagoniza ao lado do comediante Paulo Gustavo – e melhor amigo -, bateu recorde de bilheteria: mais de 5 milhões de expectadores.

Uau! Algo raro na atualidade da linguagem cinematográfica. Meritocracia. Etapa por etapa ela foi galgando seu espaço não só na sétima arte, como TV e principalmente teatro – lugar onde deu-se o pontapé inicial para um sucesso estrondoso. “As histórias que escrevo em meus trabalhos são situações que eu vivo”, explica, a história da peça que migrou para as telonas. Outro viés na carreira de Martelli é o de apresentadora. Há mais de cinco anos integra o quarteto que comanda a atração “Saia Justa” do GNT. “Debatemos semanalmente temas interessantes. Leio, me informo, corro atrás. É um trabalho que além de tudo me proporciona cada vez mais conhecimento”, define.

Mesmo com tamanha notoriedade a artista dispensa o rótulo de celebridade. Mantendo hábitos simples, adora um banho de mar para se energizar. Desde o ano passado mudou-se do Rio de Janeiro para fixar residência na capital paulista. Acompanhe os principais trechos da entrevista com nossa estrela de capa.

Fala sobre seu atual filme “Minha Vida em Marte”, que tem feito muito sucesso nos cinemas.

Mônica Martelli: Em “Minha Vida em Marte, o filme” eu contraceno com o ator Paulo Gustavo, estreamos no finalzinho do ano passado. Estamos muito felizes. O público é incrível, obrigada! Tudo começou com a peça “Minha Vida em Marte”. As histórias que escrevo em meus trabalhos são situações que eu vivo; dores, alegrias, expectativas, tristezas...

Sua peça anterior, “Os Homens São de Marte e é Pra Lá Que Eu Vou”, foi construída a partir de uma experiência pessoal sua. Por que sentiu a necessidade de abordar temas do universo feminino em seus textos?

Minha missão é trabalhar com o universo feminino. Há 14 anos, comecei a escrever textos de situações que eu passava, dos encontros e desencontros que eu tinha em minha vida amorosa na época de solteira. Fui sentindo cada vez mais necessidade de falar, porém, engavetei. Uma hora criei coragem, decidi organizar esse material, surgindo assim o espetáculo “Os Homens São de Marte e é Pra Lá Que Eu Vou” com direção do Victor Garcia Peralta e produção do Jerry Marques, pai da minha filha, meu marido na época. Estreei esse projeto em 2005, eu, uma atriz completamente desconhecida. Duas semanas depois, começou a lotar o teatro, virou um grande sucesso na época. Fiquei dois anos em cartaz no Rio de Janeiro, dois anos e meio em São Paulo, viajei o Brasil inteiro, e fui para Portugal me apresentar. Depois veio o filme e a série de televisão.

Qual dica daria às mulheres que não descobriram a autoestima na relação?

Primeira coisa é olhar para nós mesmos, nos cuidar, ter vida própria, para sermos interessantes e também despertarmos o olhar do outro. Não existe alma gêmea, metade da laranja. O que existe são duas pessoas inteiras que se encontram, e a partir de duas vidas, elas vão construir uma relação de casal. Paixão é um sentimento que demanda muito! Você não consegue se manter apaixonado o tempo todo. A partir do amor é que conseguimos construir uma relação diária. Prestando atenção no outro e nos seus desejos, para não abrir mão de tudo que você acha que tem de abrir, senão acaba criando um acúmulo de mágoas e a conta chega uma hora... A melhor forma de se manter uma relação é saber o que você pode tolerar algumas coisas sim, mas não é tudo. Coisinhas do dia a dia como deixar a toalha molhada na cama, não querer ir ao almoço da sogra, são coisas bobas. O que não dá para tolerar são críticas em excesso, isso vai te minando, você acaba não querendo dividir com o outro suas questões. Ameaças e grosserias são intoleráveis. Chega uma hora que a paixão tende a diminuir, e graças a Deus isso acontece, do contrário, iríamos morrer (risos). Na questão feminina, as mulheres colocam a dor e as alegrias do amor de forma diferente do homem. Talvez por uma sociedade machista, que nunca incentivou nos homens esse lado de falarem e colocarem para fora seus sentimentos. O homem sempre teve que ser o durão. É uma construção cultural.

Há cinco anos você é uma das apresentadoras do programa “Saia Justa” do GNT. Quais são os desafios da atração?

O “Saia Justa” é um marco importante na minha vida. Ali posso me mostrar enquanto Mônica, opinando, mantendo sempre minha espontaneidade no sofá, da mesma forma como sou com um amigo em uma mesa. Debatemos semanalmente temas interessantes. Leio, me informo, corro atrás. É um trabalho que além de tudo me proporciona cada vez mais conhecimento. Convivo com mulheres inteligentes que admiro e respeito.

Quais foram as maiores dificuldades que enfrentou no início da carreira?

Sou uma pessoa muito perseverante mesmo, porque eu acredito no trabalho. Eu sempre falo que 70% é suor e 30% talento. Minha trajetória começou num caminho tradicional, fazendo o curso de teatro, depois um curso de televisão. Realizei alguns testes. Consegui fazer a secretária Paula em “Por Amor”, participei do programa “Chico Total”, “Zorra Total”... Mas sempre fazendo participações, esperando alguém me chamar. Até que um belo dia minha mãe me perguntou até quando eu esperaria alguém ter olhos profissionais para mim. A partir daí minha ficha caiu. Eu deixei de andar de carona no carro, para assumir a direção da minha vida. Tenho a necessidade de seguir uma carreira com muita autonomia, construí minha história dessa forma. Meus trabalhos sou eu quem cria e escreve. Foi uma libertação. Nem todo mundo opta por esse caminho. E nesse processo a gente leva muitos tombos, mas continua persistindo.  

Chegar aos 50, te remeteu alguma crise existencial?

A idade só pesa quando você não realiza. Eu realizo tudo que planejo. Ainda não me bateu essa crise da idade, que pode acontecer a qualquer momento. Tenho uma filha de oito anos e muito para viver ainda. Me sinto bonita aos 50. Não quero aparentar 40 ou 30. Estou sempre questionando tudo de forma leve. Não dou sossego à minha mente e corpo nesse sentido. Vivo em crise existencial, mas não sou uma pessoa pesada.

Muito se fala na atualidade sobre empoderamento feminino. Qual a sua visão sobre o feminismo?

Feminismo é uma postura de vida. Eu abordo o tema casamento e algumas pessoas questionam se a mulher atual tão feminista, pensa em casar. Há uma confusão muito grande. Feminismo não tem a ver com estar solteira ou casada. Eu sou filha de uma feminista da primeira geração que teve de se embrutecer, se masculinizar, algo radical para que elas fossem ouvidas. Hoje o feminismo voltou com força total e reformulado. Queremos incluir os homens nesse movimento, até porque o machismo, além de ser muito prejudicial às mulheres por diversas razões, ele é péssimo ao homem, pois exige bastante dele. É o grande movimento que mudou o mundo. Não queremos ser igual aos homens, somos diferentes, menstruamos, engravidamos. Nossa luta é por direitos iguais. E isso não tira o direito de amar, de casar.

O que faz para manter-se com a resistência física em dia?

Eu faço musculação por meia hora duas vezes na semana. A genética me ajuda, é claro que temos de ter uma alimentação saudável. Eu sempre fui magra. Preciso estar bem emocionalmente, fazendo exercício físico, dormindo bastante quando posso. É um conjunto de fatores. Mas não deixo de comer meus doces ou beber uma taça de vinho.

Quando o assunto é moda quais peças não faltam em seu closet na hora de montar um look?

Não falta em meu closet calça jeans, um bom blazer preto, camisetas de malha, camisas de tecido, casacos de couro, botas e tênis. Sou básica. Essa sou eu no dia a dia. Se eu tiver um evento mais elaborado evidente que o look muda.

Gosta de viajar? Que lugar você visitou e indica para os leitores conhecerem?

Eu adoro viajar. Trabalho para nas horas vagas viajar (risos). Amo. Dentro do Brasil há muitos lugares lindos que eu indico: Tiradentes (MG), uma bela cidade histórica e Paraty (RJ) um lugar com ilhas e praias lindíssimas.

Quais são seus próximos projetos?

Começo gravar a quarta temporada da série “Os Homens São de Marte e é Pra Lá Que Eu Vou”, que será exibido ainda em março no canal GNT. Uma novidade: lançarei meu canal no YouTube onde falarei sobre relacionamentos, vou me comunicar diretamente com o público que me segue.

Tags: Especial


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