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As vezes a melhor defesa é o ataque

As vezes a melhor defesa é o ataque

Mesmo representando a parte mais ofensiva de um portfólio, ou seja, uma das classes de ativos que tende a multiplicar de valor ao longo do tempo, as ações, stocks e BDRs também podem apresentar características interessantes de proteção contra quatro grandes riscos para um portfolio de investimentos: inflação, aumento das taxas de juros e desvalorização cambial


É importante ressaltar que aqui abordaremos os riscos de maneira “separada”, mas eles tendem a ocorrer de maneira simultânea, e podem inclusive reforçar uns aos outros. Por exemplo, um aumento da inflação brasileira deve levar a uma desvalorização cambial, que gerará um aumento do custo dos bens e insumos importados, que pode levar a um novo aumento da inflação, formando um ciclo “perverso” de aumento da inflação.


a.       Inflação
Com relação à inflação, praticamente todas as ações tendem a oferecer uma proteção contra a desvalorização do dinheiro, já que as ações, grosso modo, representam ativos reais que estão sendo cotados em unidades monetárias – e como a unidade monetária está se desvalorizando – a tendência é que esses ativos se valorizem em unidades monetárias.


É claro que a dimensão desse “ajuste” automático dependerá da estrutura de capital da empresa, do setor em que ela está inserida e do seu poder de reajuste de preços.


Mas não é qualquer ação que te protegerá desses riscos, dado que essa proteção estará fortemente associada ao setor no qual a empresa está inserida.


Além disso, caso a inflação seja exclusivamente brasileira, as stocks e BDRs tendem a se valorizar ainda mais, dado que elas são cotadas em dólar e, como comentamos acima, essa inflação provavelmente será acompanhada de uma desvalorização cambial.


b.       Aumento das taxas de juros
Em 2021 tivemos uma aula prática de quais setores da economia tendem a ganhar com as subidas de juros: basicamente bancos e exportadoras de commodities. Por se tratar de empresas mais sólidas e bem estabelecidas, com fluxos de caixa maiores e sem tanto potencial de crescimento, as empresas desses setores tendem a performar melhor nesse cenário.


As empresas que possuem maior expectativas de crescimento, ou seja, empresas em que os fluxos de caixa mais distante no tempo são os mais importantes para o seu valor de mercado, tendem a ser mais impactadas por aumentos nas taxas de juros.


c.       Desvalorização cambial
Aqui talvez seja onde as ações brasileiras mais possam nos ajudar. Como o Brasil é uma superpotência no agronegócio, sendo o maior exportador líquido de commodities agrícolas do mundo, possuímos boas empresas exportadoras que se beneficiam com a desvalorização cambial, como a Vale (VALE3) e Suzano (SUZB3) para citar alguns exemplos clássicos. Além de receberem grande parte da sua receita em dólar, o produto dessas empresas fica ainda mais competitivo com a desvalorização cambial.


Então normalmente suas ações tendem a ganhar com a subida do dólar. Como citamos anteriormente, as stocks e BDRs também tendem a se valorizar nesse cenário

 Alef H. Marcondes Dias

Economista graduado pela Universidade Estadual de Campinas

(19) 97124-2771

[email protected]

www.alefsubstack.com

Tags: Economia


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