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A angústia do vazio

A angústia do vazio

O mundo vem sofrendo transformações profundas e aceleradas em todas as áreas e dimensões, sejam elas sociais, econômicas, culturais, éticas e também psicológicas. O processo de transformação é inerente à condição humana e vivemos uma série ininterrupta de mudanças físicas e mentais numa espiral sem fim. Contudo, mesmo diante das novas gerações e dos novos valores socioculturais, a essência humana permanece sendo a mesma: angústia, culpa, medo, não-reconhecimento, falta de aceitação, ansiedade, depressão. Toda essa acelerada mudança dos valores sociais e culturais, somada a todas as formas de violência urbana tornou os indivíduos inseridos em um mundo que, cada vez mais, exige uma adaptação aos padrões vigentes, tornando-os ansiosos e perdidos quanto à sua identidade. Quem eu sou? Como devo ser? Para o que ou para quem eu vivo?

Um forte gerador de toda essa angústia reside na crescente necessidade de um “existismo”, ou seja, desde criança estamos programados pela família e pela sociedade para sermos bem-sucedidos, em uma interminável busca pela procura de êxitos, nos deixando em constante ansiedade de vir a cumprir a pressão dessas expectativas que carregamos nos ombros e na mente. Diante desta nova cultura na qual predomina a “lei do mais capaz” (ou a lei daquele que aparenta ser mais bem-sucedido), cada vez mais nos debatemos em uma acirrada competição por um “lugar ao sol”. Este constante estado conflituoso tem gerado uma crescente visão de que o sujeito vale mais pelo que tem ou aparenta ser do que, de fato, é ou pode vir a ser. A cultura narcisista impulsiona esta ânsia pelo reconhecimento do outro, ao passo que quando não há este reconhecimento, a própria cultura força o indivíduo a uma baixa autoestima, acarretando no surgimento de estados depressivos.

Atualmente, as pessoas que procuram um atendimento psicoterapêutico o fazem principalmente por queixas relacionadas a algum transtorno do sentimento de identidade, baixa autoestima, quadros depressivos, estresse, alto grau de angústia e transtornos narcisistas - sobretudo nos jovens. É o que a psicanálise contemporânea chama de “patologia do vazio”: uma angústia existencial quanto ao sentido de por que e para quem continuam vivendo.

Tudo isso - adicionado ao sucesso dos antidepressivos – induz muitos pacientes a uma perigosa preferência por métodos alternativos de curas rápidas, às vezes até “milagrosos”. No entanto, somente um bom processo psicoterapêutico será capaz de aliviar o sofrimento psíquico e fortalecer o indivíduo contra o vazio do ego.

Ricardo Rosso Coelho - (19) 99940-5678
Psicólogo e Psicanalista - CRP 06/150602
Atendimento para adolescentes e adultos
Rua Jorge Figueiredo Corrêa 1317 - Sala 01 - Parque Taquaral - Campinas/SP
[email protected] | Instagram: psicologoricardocoelho

 

 

 

 

Tags: Saúde


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